domingo, 16 de novembro de 2014

Rhinos are Coming: A Story that Changed History

O Ciclo Internacional de Conferências sobre Gravura e Instalação Rhinos are Coming:  A Story that Changed History, reuniu artistas e pesquisadores da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), Portugal, da Akademia Sztuk Pieknych, Lodz, Polônia, da Michaelis School of Fine Art, University of Cape Town, África do Sul, e do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), Brasil para, confrontando representações históricas e contemporâneas, tecer relações em torno de Ganda, o primeiro rinoceronte a pisar em solo europeu que, imortalizado por Albrecht Dürer, tornou-se uma imagem emblemática na história da cultura e das artes gráficas.

O ciclo ocorreu na Sala O Arquipélago, do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, em Porto Alegre, na sexta-feira, dia 14 de novembro, de 9h a 17h30, em paralelo à exposição Rhinos are Coming que, antecipando-se às comemorações dos 500 anos de Ganda, apresenta obras de artistas vinculados a essas instituições de ensino de artes que ressignificaram poeticamente esta expectativa em gravuras e instalações gráficas.

Com organização de Maristela Salvatori (Grupo de pesquisa Expressões do Múltiplo, CNPq - PPGAV/IA/UFRGS), o ciclo contou com o apoio da CAPES, da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROREXT/UFRGS), da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROREXT/UFRGS), da ADUFRGS Sindical, do Atelier de Massas e da Koralle.

Abertura com Alfredo Nicolaiewsky  (Diretor IA/UFRGS)



Painel 1, com os professores Fernando Rosa Dias (FBAUL),
representando José Quaresma (coordenador geral do projeto - FBAUL), e Francisco Marshall (UFRGS) e mediação da professora Paula Ramos (UFRGS)





professor Fernando Rosa Dias (FBAUL)

Foto: Angela Venturella Alves

professor Francisco Marshall (UFRGS)

Painel 2, com os professores Stephen Inggs (Michaelis School of Fine Art, University of Cape Town) e Alicja Habisiak-Matczak (Akademia Sztuk Pieknych, Lodz) e mediação do professor Francisco Marshall (UFRGS)


professor Stephen Inggs (Michaelis School of Fine Art, University of Cape Town)


participação virtual da professora Alicja Habisiak-Matczak (Akademia Sztuk Pieknych, Lodz)


Painel 3, com os professores Fernando Rosa Dias e Luís Jorge Gonçalves (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa) e Maristela Salvatori (UFRGS), com mediação da professora Daniela Kern (UFRGS)

professor Fernando Rosa Dias (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)



professor Luís Jorge Gonçalves (Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)








Painel 4, com as professoras Helena Kanaan e Maria Amelia Bulhões (UFRGS), com mediação do professor Eduardo Veras (UFRGS)



professora Maria Amelia Bulhões (UFRGS) - http://www.ufrgs.br/artereflexoes/site/












Encerramento


Foto: Angela Venturella Alves


PROGRAMA COMPLETO
9h credenciamento
9h30 abertura com Maristela Salvatori (organizadora) e  professor Alfredo Nicolaiewsky, Diretor do IA/UFRGS
Conferências Turno da manhã
Mediação: professores Francisco Marshall e Paula Ramos (UFRGS)

Portento diplomático com José Quaresma (Artista, professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
A partir das noções de Empreinte (Didi-Huberman), Immémorial (Michel Guérin) e Instalação (Julie Reiss), será desenvolvido um arco de ampla e sucessiva mediação entre a Gravura ancestral da Gruta na Ilha de Celebes (Indonésia), os Rinocerontes da Gruta de Chauvet (França), o Ganda de Dürer, e o espírito da Instalação Gráfica Contemporânea.

A iconologia do Rinoceronte de Dürer com Francisco Marshall (Historiador, professor do  PPGAV/Instituto de Artes/UFRGS)
Análise iconográfica e iconológica do caso do rinoceronte Ganda, dos imaginários teratológicos modernos e da arte de Albrecht Dürer (1471-1528), com apresentação do histórico e do contexto genético desta representação.

The Rhinoceros in South African Visual Vernacular (conferência com tradução) com Stephen Inggs (Artista, professor da Michaelis School of Fine Art, University of Cape Town)
Um olhar sobre a imagem vernacular do rinoceronte na cultura Sul-Africana, da arte à publicidade, e como ela foi apropriada para as questões espirituais, estéticas, políticas e de conservação. A imagem do rinoceronte aparece em primeiro lugar na arte rupestre da África do Sul, onde acredita-se ter tido significado religioso para os bosquímanos na expressão de experiências espirituais. Sua aparição na arte Sul-Africana contemporânea tem um papel mais político que, no trabalho de William Kentridge, pode ser lido como um símbolo da África colonial, um animal selvagem que precisa ser domado e explorado em benefício da Europa.

Travelling Prints (conferência com tradução) com Alicja Habisiak-Matczak  (Artista, professora da Akademia Sztuk Pieknych, Lodz)
O trajetória do Rinoceronte de Dürer e possibilidades de circulação de gravuras nos dias de hoje. Algumas experiências de intercâmbio e a configuração da cidade de Lodz como um lugar de acolhimento de gravuras “em viagem”. 

Conferências Turno da tarde
Mediação: professores Daniela Kern e Eduardo Veras (UFRGS)

Rinocerontes do Museu Agrícola do Ultramar com Luís Jorge Gonçalves (Arqueólogo, professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
Em 1929 foram expostos na Sala das Colônias do Pavilhão de Portugal, da Exposição Universal de Sevilha, dois rinocerontes taxidermizados oferecidos pela Agência Geral do Ultramar. Mais uma vez o rinoceronte era “embaixador” de um Portugal colonial, com forte presença em África, como o rei D. Manuel tinha realizado no início do século XVI. Os dois rinocerontes foram depois remetidos para o Palácio da Calheta, onde estava instalado o Jardim Colonial e Museu Agrícola Colonial, ficando expostos para a Exposição do Mundo Português de 1940, para ai permanecerem até aos nossos dias. 

A imagem do Rinoceronte com Fernando Rosa Dias (Historiador, professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa)
A gravura do Rinoceronte de Dürer é explorada como ícone de uma encruzilhada de mudanças de paradigmas no advento da modernidade, ao que Heidegger definiu como «a conquista do mundo como imagem». Entre o bestiário medieval e o desejo de ilustração científica, esta imagem de reprodutibilidade capta um animal exótico de valor diplomático ao serviço do jogo de exibição das cortes barrocas.
Anunciando uma invasão: um rinoceronte e muitas histórias com Maristela Salvatori (Artista, professora do PPGAV/Instituto de Artes/UFRGS)
Apresentação de diferentes visões sobre a perspectiva de encontro e/ou ressignificação de Ganda, abordando a interpretação dos artistas da equipe brasileira deste projeto, todos oriundos do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, professores e alunos, de graduação, mestrado e doutorado, que responderam com entusiasmo a este desafio.

Animais raros na arte: imaginação e realidade com Maria Amélia Bulhões (Historiadora, professora do PPGAV/Instituto de Artes/UFRGS)
Se os animais raros permeiam o universo imaginário dos artistas através dos tempos, na contemporaneidade muitos deles se alimentam dessa tradição dando a ela novos sentidos. Walmor Corrêa é um desses artistas que mergulha totalmente no mundo animal para dele extrair uma obra rica e complexa. 
Ao primeiro olhar, suas obras parecem entrar no detalhado realismo que caracteriza os museus, os livros científicos e as enciclopédias. Observando mais detidamente, percebe-se que nada do que ali está é real ou possível. Para surpresa do espectador, vai se evidenciando um teatro do absurdo que se desdobra em inúmeros atos. A ambiguidade está sempre presente, não só como ferramenta operacional como também na estrutura de linguagem.
Rinocerontes mutantes. Fragmentos variáveis com Helena Kanaan (Artista, professora do Instituto de Artes/UFRGS)
A partir de uma ‘imagem-valise’, HELENA KANAAN ressalta a série como problemática intrínseca a constituição da imagem gerada por uma matriz. Do contorno de um rinoceronte às variações internas, acontecem combinações dos fragmentos em diferentes técnicas gráficas. A linguagem das correlações entre dissemelhanças é potencializada no formato livro de artista, conduzindo a uma alternância de aproximadamente 6000 concepções visuais. A série de rinocerontes com suas variantes, junto a pretensa multiplicidade de leituras de fragmentos impressos vai além e, o movimento provocado pelas mãos, torna-se animação por bits.


Acesse AQUI a publicação do Projeto Rhinos are coming. Em breve também no site da FBAUL http://www.fba.ul.pt/publicacoes/rhinos-are-coming/

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